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Não tem como gostar de tudo em nós, mas...



Levando em consideração que a relação com nós mesmos pode (deve) ser um ensaio para a relação que desenvolveremos com as outras pessoas e que, mesmo fascinados pelo jeito de ser do outro (que quase sempre é algo que gostaríamos de conseguir ser/fazer) não iremos nos agradar de tudo nele. Alguma coisa vai nos desagradar, não importa o quão incrível e mobilizadora seja a outra parte deste ser humano.


O fato é: como nos ajustamos para lidar com os traços e comportamentos alheios que nos desagradam? E o que torna tão difícil utilizar esse mesmo mecanismo para lidar com as nossas próprias partes indigestas?


Eu amo pensar e falar sobre nossa relação com nós mesmos, porque de fato ela opera de forma muito semelhante à qualquer outra relação. MAAAAAAAAS quando se trata de desenvolver recursos para lidar com nossas partes menos palatáveis, nós simplesmente desaprendemos toda a qualquer norma/regra básica da relação. Ficamos grotescos (me pego rindo ao pensar nisso porque chega a ser engraçado a desevolução que colocamos em prática nesses momentos).


Há algum tempo escrevi no instagram sobre a importância de não sermos nossos próprios pais, no sentido de que, na vida adulta ao nos tornarmos responsáveis por nós mesmos, não devemos ser reflexo dos nossos pais ao executar esses cuidados. Isso porque as circunstâncias são outras, somos outros e nossas necessidades também.


Nesse ponto fico muito reflexiva sobre essa persona cuidadora que vive dentro de nós e que possui essa autoridade, mas que não evolui ao passo em que evoluímos. Que não oferece o que precisamos porque se encontra desatualizada diante dela mesmo. E pior, ocupa um cargo hierárquico delirante. A gente meio que delira um pouco né?


Enfim, não dá pra se agradar de tudo em si, mas dá para encontrar maneiras mais humanas de lidar com isso e até mais, aceitando o que não gostamos é possível com muito acolhimento, terapia e abertura, transformar isso. Nós temos essa capacidade.


Se relacione com você da maneira que você merece, que nesse caso é como todo mundo merece: com dignidade. A gente não é perfeito, erra com frequência porque está tentando, é humilde para admitir e se permite rir porque mesmo ganhando bagagem, sabemos que não estamos livres de errar novamente. É isso. Viver é bom demais e hoje eu me permito ser bem otimista porque é assim que eu quero fazer as pessoas se sentirem hoje, nada mais justo do que começar por mim, né?



Psicóloga Aryana Lorraynne Santos Soares

CRP SP 06/200201

 
 
 

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